Em 22 de outubro de 2024, completa-se 15 anos desde que um incidente envolvendo uma estudante de turismo, que usava um vestido curto rosa, ganhou notoriedade e gerou um intenso debate sobre assédio e violência de gênero no Brasil. A jovem foi hostilizada por colegas na faculdade, sendo obrigada a deixar a instituição sob escolta policial, o que expôs a sociedade às formas de objetificação e assédio que as mulheres enfrentam. Na época, as redes sociais e a internet não estavam tão difundidas, o que dificultou o apoio a ela e ampliou as consequências da situação.
Especialistas em psicologia e direito discutem os avanços e retrocessos desde então, destacando que, apesar de algumas mudanças nas leis e uma maior visibilidade sobre o tema, a violência de gênero ainda persiste como um tabu social. O episódio não só destacou a cultura de assédio, como também revelou a responsabilidade que a sociedade impõe às mulheres em relação ao comportamento masculino, perpetuando estigmas e a ideia de que a culpa recai sobre as vítimas. Hoje, a reflexão sobre o ocorrido permite uma análise mais crítica do machismo e da objetificação feminina.
Além disso, as especialistas enfatizam a importância de um debate público mais robusto e de ações efetivas que promovam a mudança na cultura patriarcal. Para que as mulheres possam realmente se libertar das amarras do machismo, é fundamental que ocupem espaços de poder e influência, tanto na política quanto em outras esferas sociais. Somente assim será possível transformar a realidade das mulheres e prevenir situações semelhantes no futuro, garantindo um ambiente mais seguro e igualitário.