O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que o país não será silenciado, após seu governo denunciar que o Brasil impediu sua entrada no grupo Brics durante a cúpula realizada na Rússia. Em um pronunciamento na televisão estatal, Maduro afirmou que ninguém poderá calar a voz da Venezuela, lembrando que aqueles que tentaram no passado enfrentaram consequências negativas. A entrada da Venezuela no bloco era apoiada por diversos países participantes da cúpula, mas a ação do Brasil foi caracterizada como um gesto hostil.
O veto brasileiro, conforme declarado pelo ex-chanceler Celso Amorim, foi motivado pela quebra de confiança relacionada a promessas feitas por Maduro a Lula, que incluíam a divulgação das atas das eleições em que foi reeleito. A falta dessa transparência foi considerada um fator decisivo para a resistência à adesão venezuelana ao Brics. Maduro, por sua vez, mencionou ter se encontrado com quase 30 líderes de países aliados, que expressaram apoio ao seu governo e congratulações pela vitória eleitoral de 28 de julho.
A vitória de Maduro nas eleições, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral, ocorreu em meio a alegações de fraudes e um alegado ataque hacker ao sistema de votação. A oposição apresentou documentos que indicariam irregularidades, o que levou a uma disputa acirrada sobre a legitimidade dos resultados. Apesar disso, Maduro continua a afirmar que seu governo tem o respaldo da comunidade internacional, reafirmando a confiança no futuro da Venezuela.