A Venezuela tem enfrentado uma intensificação da repressão contra jornalistas e ativistas, com o governo anulando os passaportes de pelo menos 40 pessoas desde a reeleição do presidente. Segundo informações do jornal Financial Times, a maioria dos afetados são profissionais de imprensa e defensores dos direitos humanos, cujos passaportes foram cancelados sem qualquer explicação. O grupo de direitos humanos Laboratório de Paz, com sede em Caracas, alertou que o número real de cancelamentos pode ser ainda maior, uma vez que muitos venezuelanos têm medo de relatar tais incidentes.
As anulações de passaportes ocorreram em momentos em que as pessoas tentavam embarcar em voos a partir do principal aeroporto do país. Em vez de medidas mais drásticas como assassinatos ou torturas, que acarretam custos políticos elevados, o governo optou por essa estratégia menos visível para silenciar críticas e neutralizar vozes dissidentes. Essa abordagem tem sido considerada eficaz pelo codiretor do Laboratório de Paz, que comentou sobre a gravidade da situação.
Além das repercussões imediatas para os indivíduos afetados, essa situação reflete uma tendência mais ampla de controle e repressão sob a administração atual. O governo, ao proclamar a vitória na disputada eleição de julho, tem enfrentado oposição que considera os resultados fraudulentos. Com isso, as ações contra jornalistas e ativistas revelam a profundidade da crise política e humanitária que o país vem enfrentando, levantando preocupações sobre a liberdade de expressão e os direitos civis na Venezuela.