A Universidade Federal do ABC (UFABC) inaugurou o Centro de Estudos da Favela (Cefavela), um novo polo de pesquisa voltado para as comunidades periféricas. Com uma equipe de 38 pesquisadores, incluindo colaborações internacionais, o projeto busca contribuir para a formulação de políticas públicas e promover os direitos dos moradores de favelas, superando a visão tradicional que os reduz a meros objetos de estudo. A iniciativa é reforçada pela parceria entre academia, órgãos governamentais, ONGs e movimentos sociais, destacando a importância de uma abordagem multissetorial.
O coordenador do Cefavela, Jeroen Klink, enfatizou que os pesquisadores têm uma longa relação com as comunidades, o que facilita a identificação de novos desafios, como as mudanças nas configurações habitacionais e os riscos ambientais emergentes. O projeto busca atualizar as práticas de urbanização e compreender as transformações contemporâneas das favelas, que exigem intervenções mais complexas e integradas. Klink destaca que as intervenções públicas devem considerar a densidade construtiva e a reocupação de áreas, além de promover ações que integrem as favelas à cidade.
Recentemente, foi aberto um edital para a seleção de pós-doutorandos e a previsão é de concessão de bolsas para diversas modalidades de formação, incluindo iniciação científica e doutorado. O Cefavela já conta com parcerias consolidadas com instituições renomadas, tanto nacionais quanto internacionais, reforçando o compromisso com a pesquisa e a atuação em favor das comunidades periféricas. A União Nacional por Moradia Popular (UNMP) é uma das organizações representativas nesse processo, evidenciando a articulação necessária para o sucesso das iniciativas propostas.