A Universidade de Brasília (UnB) aprovou uma resolução que institui cotas para a entrada de pessoas trans em seus cursos de graduação, destinando 2% das vagas para esse grupo. A decisão foi unânime no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e se aplica a travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos e pessoas não-binárias, abrangendo todas as modalidades de seleção da instituição. A expectativa é que essas cotas entrem em vigor no vestibular de agosto de 2025, com o objetivo de aumentar a representatividade e promover a inclusão na universidade.
A aprovação das cotas é um passo significativo na luta por equidade, considerando que apenas 0,3% das pessoas trans no Brasil conseguem acessar o ensino superior, conforme dados de organizações como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A assistente social Lucci Laporta compartilhou sua experiência de exclusão e solidão durante sua trajetória acadêmica, ressaltando a importância de um ambiente transinclusivo. O vice-reitor da UnB declarou que a instituição está se preparando para acolher esses estudantes, garantindo mecanismos que respeitem suas identidades.
Com a nova resolução, o Comitê Permanente de Acompanhamento das Políticas de Ação Afirmativa (Copeaa) ficará responsável por estabelecer procedimentos de confirmação para candidatos trans, similar ao que já ocorre com estudantes que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas. A UnB se junta a outras universidades federais que implementaram cotas para pessoas trans e reforça seu compromisso com a inclusão, já tendo adotado o uso do nome social e reservado vagas em programas de estágio para esse público.