A Universidade de Brasília (UnB) tomou uma decisão histórica ao aprovar, no dia 17 de outubro, uma resolução que institui cotas de 2% para o ingresso de pessoas trans em seus cursos de graduação. A medida, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), visa garantir o acesso de travestis, mulheres trans, homens trans e pessoas não-binárias à educação superior, refletindo a tradição da UnB em promover ações afirmativas, como as cotas para pessoas negras e étnico-raciais.
A expectativa é que as cotas sejam implementadas no vestibular de agosto de 2025, permitindo que as pessoas trans ocupem as vagas destinadas a ações afirmativas apenas caso não sejam aprovadas na ampla concorrência. Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) mostram que somente 0,3% da população trans no Brasil consegue acessar o ensino superior, e a maior presença de estudantes trans é vista como essencial para transformar o ambiente acadêmico.
Além da implementação das cotas, a UnB está comprometida em criar mecanismos para apoiar a permanência desses estudantes, garantindo que suas identidades sejam respeitadas. O Comitê Permanente de Acompanhamento das Políticas de Ação Afirmativa (Copeaa) ficará responsável por estabelecer os procedimentos relacionados à heteroidentificação dos candidatos trans, seguindo modelos utilizados para estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. A iniciativa alinha a UnB a outras instituições federais que já adotaram medidas semelhantes, reforçando a importância da inclusão e diversidade no ensino superior.