Em 1994, a comunidade da Nova Brasília, localizada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, vivenciou uma tragédia ao perder 13 vidas durante uma operação policial que ficou marcada pela violência e abusos. Os agentes envolvidos foram absolvidos pelo Tribunal do Júri, apesar das alegações de invasão de residências e assassinatos de civis desarmados. Um novo massacre ocorreu em 1995, resultando em mais 13 mortes, evidenciando um padrão alarmante de violência policial na região.
As consequências desses eventos levaram a uma investigação internacional, em que a Corte Interamericana de Direitos Humanos reconheceu violações de direitos humanos por parte do Brasil. O tribunal apontou a responsabilidade do estado brasileiro e estabeleceu diretrizes para a implementação de medidas que visavam a redução da letalidade policial e garantias de investigações independentes. No entanto, relatos recentes indicam que muitas dessas recomendações ainda não foram cumpridas, o que reforça a sensação de impunidade entre as famílias das vítimas.
A luta por justiça continua, com organizações que representam os afetados denunciando a falta de progresso nas investigações e na responsabilização dos envolvidos. Embora as audiências sobre as chacinas tenham acontecido nos últimos anos, muitos familiares afirmam que as promessas de melhorias não se concretizaram, perpetuando a dor e o clamor por um sistema judicial mais eficaz e justo para todos.