Uma investigação está em andamento pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) sobre a infecção de pacientes com HIV que receberam transplantes de órgãos. No Brasil, a legislação atual proíbe que portadores do vírus realizem transplantes, mas eles podem receber órgãos de doadores. Isso levanta questões sobre o tratamento adequado para esses pacientes imunossuprimidos e se é necessário um protocolo adaptado para garantir sua segurança durante o transplante.
O médico infectologista Rico Vasconcellos enfatiza que todos os pacientes HIV positivos, incluindo os transplantados, devem receber tratamento antirretroviral, independentemente de sua condição clínica. Ele explica que após o transplante, os pacientes necessitam de medicamentos imunossupressores, que não devem interferir no tratamento do HIV. A escolha de antirretrovirais deve considerar possíveis interações medicamentosas, sendo crucial que a carga viral do paciente esteja indetectável antes do procedimento para minimizar riscos de complicações.
A infectologista Lígia Pierrotti destaca que o Sistema Único de Saúde (SUS) está preparado para oferecer cuidados a pacientes transplantados que vivem com HIV, com um enfoque consolidado em tratamentos que integram tanto a terapia imunossupressora quanto a antirretroviral. Essa abordagem visa garantir a eficácia do transplante e a saúde do paciente, permitindo um acompanhamento contínuo e especializado. Assim, a compatibilidade entre os tratamentos de HIV e os cuidados pós-transplante é viável, oferecendo um novo horizonte para esses pacientes.