No Brasil, a presença do vírus HIV entre doadores é um fator que impede a doação de órgãos, mesmo que pessoas infectadas possam receber transplantes. A infectologista Lígia Pierrotti destaca um caso sem precedentes no Rio de Janeiro, onde seis pacientes foram infectados após receberem transplantes de órgãos. Ela enfatiza que, apesar de existir uma infraestrutura de cuidados e protocolos no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar pacientes transplantados com HIV, a situação atual deve ser considerada uma violação das normas estabelecidas, e não um reflexo de falhas nas regras.
A medicação imunossupressora utilizada após o transplante é compatível com o tratamento antirretroviral do HIV, permitindo que os pacientes gerenciem suas condições de saúde de forma eficaz. A evolução dos medicamentos antirretrovirais nos últimos anos trouxe mais segurança e conforto para os pacientes transplantados que também vivem com HIV. Além disso, a infectologista menciona que existem casos de pacientes que adquirem o HIV após o transplante, os quais também seguem tratamentos adequados.
O Sistema Nacional de Transplantes é reconhecido como o maior programa público de transplantes do mundo, com o SUS garantindo acesso a cerca de 88% dos transplantes no Brasil. Atualmente, mais de 44 mil pessoas estão na fila à espera de transplantes, sendo a maioria por rins. As falhas na triagem de doadores, conforme relatado no incidente no Rio de Janeiro, ressaltam a importância de seguir rigorosamente os protocolos existentes para assegurar a segurança e eficácia dos transplantes.