As longas filas de caminhões na rodovia BR-319, que conecta Manaus a Porto Velho, são resultado de um tráfego intenso de carretas, combinado com a escassez de balsas para a travessia e a seca que afeta a região. Desde o início da semana, as filas chegaram a se estender por até quatro quilômetros, provocando preocupações logísticas e gerando um impacto direto no comércio local. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) tomou medidas emergenciais, autorizando uma nova empresa a operar duas balsas temporariamente para mitigar esses gargalos.
A escassez de balsas, que já era um problema crônico, foi agravada por uma infraestrutura precária, com partes da estrada intrafegáveis há mais de 30 anos e a queda de duas pontes em 2022, o que levou à instalação de balsas para transporte de veículos e pedestres. No entanto, o número de embarcações disponíveis continua sendo insuficiente para atender à demanda gerada pelo elevado fluxo de carretas. Além disso, o baixo nível dos rios na região tem dificultado ainda mais a navegação, contribuindo para a formação das filas.
A situação na BR-319 também afeta diretamente o abastecimento em municípios como Careiro, onde a dificuldade de locomoção já resulta na escassez de produtos alimentícios e água mineral nos mercados locais. Com as medidas adotadas pela ANTAQ, espera-se que a entrada de novas empresas no setor de balsas ajude a aliviar o problema, mas a resolução completa da questão depende de melhorias na infraestrutura da rodovia e nas condições de navegabilidade da região.