Nos últimos anos, o número de trabalhadores sindicalizados no Brasil tem diminuído significativamente, passando de 14 milhões em 2012 para apenas 8 milhões em 2023. A mudança na legislação, que tornou a contribuição sindical facultativa em 2017, tem gerado uma série de mobilizações entre os trabalhadores. Recentemente, uma fila quilométrica se formou em São Paulo, onde muitos enfrentaram longas horas de espera para formalizar sua recusa em pagar a contribuição de 2% do salário anual.
A situação se agravou com a divulgação de informações confusas sobre o processo de desistência, levando a um aumento no número de trabalhadores que buscavam se manifestar pessoalmente ou através do site do sindicato. Apesar de o sindicato afirmar que seu site funcionou corretamente, muitos relataram dificuldades, com alguns tentando várias vezes concluir o processo online sem sucesso. Essa confusão também atraiu a atenção de órgãos de trânsito, que precisaram intervir devido à aglomeração nas ruas.
Especialistas apontam que a diminuição do número de sindicalizados está relacionada à fragmentação do movimento sindical, onde múltiplos sindicatos competem pela representação dos trabalhadores em um mesmo local de trabalho. Essa pulverização reduz a eficácia e a voz única que os sindicatos tinham no passado, tornando o cenário ainda mais complexo para os trabalhadores que buscam defesa e representação. A diretora de um dos sindicatos citou a possibilidade de interesses externos que visam desestabilizar a força sindical, destacando a necessidade de uma organização sólida em defesa dos direitos dos trabalhadores.