Os juros dos títulos de inflação do Tesouro Direto estão em ascensão, impulsionados por um pessimismo crescente em relação ao controle das contas públicas e expectativas de crescimento econômico acelerado. Nesta quarta-feira, a remuneração do Tesouro IPCA+ atingiu novas máximas, refletindo um cenário mais negativo traçado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a situação fiscal do Brasil. Os papéis de curto prazo apresentaram as maiores altas, com a taxa do Tesouro IPCA+ 2029 subindo para 6,81% e o título de 2035 oferecendo 6,70% ao ano.
A terceira sessão consecutiva de altas nas taxas dos títulos de inflação evidencia a pressão sobre os rendimentos, apesar de a negociação ter sido interrompida na véspera. O FMI projeta um aumento significativo na dívida pública em relação ao PIB durante o governo atual, levantando dúvidas sobre a capacidade do governo em implementar um pacote eficaz de cortes de gastos. O ministro da Fazenda, por sua vez, declarou que o governo está comprometido em fortalecer o arcabouço fiscal, defendendo a importância de estratégias adequadas para a situação econômica do país.
Os títulos de inflação com prazos mais longos também estão registrando aumentos, embora em menor intensidade. O rendimento do título com vencimento em 2045 subiu para 6,65% ao ano, um dos maiores patamares de 2024. Os títulos prefixados também tiveram elevações, com o de 2027 alcançando 12,92% e o de 2031 se aproximando de 13% ao ano. Esses movimentos refletem a crescente preocupação do mercado com as expectativas de inflação e a necessidade de medidas mais eficazes de controle fiscal.