A recente cúpula dos Brics em Kazan, Rússia, evidenciou o aumento das tensões diplomáticas entre Brasil e Venezuela. A visita inesperada do presidente venezuelano, que buscava garantir a entrada do país no bloco, foi interpretada pelas autoridades brasileiras como uma tentativa de desestabilizar a posição do Brasil na aliança. Apesar do suporte da China e da Rússia para a adesão da Venezuela, a resistência brasileira resultou na não inclusão do país caribenho, o que gerou desconforto em Brasília.
Além disso, uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, que continha críticas à postura brasileira, intensificou o descontentamento entre os dois governos. Embora a nota não tenha mencionado diretamente a atual liderança brasileira, fez referências ao governo anterior, aumentando a sensação de provocação. Esse clima de desconfiança é visto como um fator que pode levar ao congelamento quase total das relações entre Brasil e Venezuela, semelhante ao que ocorreu com a Nicarágua.
Fontes do governo brasileiro indicam que, para que a situação melhore, a Venezuela precisaria demonstrar mudanças significativas em sua política, como iniciar diálogos com a oposição e esclarecer questões eleitorais controversas. Entretanto, diante da atual realidade e da continuidade das provocações por parte do governo venezuelano, espera-se que a relação entre Caracas e Brasília se deteriore ainda mais nos próximos meses.