O primeiro-ministro de Israel declarou o secretário-geral das Nações Unidas como persona non grata, evidenciando o aumento das tensões entre o governo israelense e a organização internacional. A decisão foi motivada por comentários feitos por Guterres sobre o conflito no Oriente Médio, que foram interpretados como um reflexo das críticas a Israel em relação às suas ações na região, especialmente em relação a violações do direito internacional. Analistas apontam que essa postura representa uma visão nacionalista do atual governo israelense, o mais à direita da história do país.
O analista Lourival Sant’Anna enfatiza que a declaração de persona non grata tem implicações significativas, especialmente entre grupos que apoiam o nacionalismo judaico. Contudo, ele ressalta que essa posição não necessariamente representa a visão da sociedade israelense em geral, que é composta por uma variedade de perspectivas políticas. A escalada recente do conflito na Faixa de Gaza e as mortes resultantes têm ampliado as críticas internacionais, o que torna a situação ainda mais complexa.
Sant’Anna também menciona que a abordagem de Guterres, ao oferecer uma perspectiva histórica e condenar as violações do direito internacional, foi mal recebida por Israel. A situação reflete um emaranhado de problemas no Oriente Médio, onde atores como Hamas e Hezbollah desempenham papéis significativos nas tensões regionais. A postura de Netanyahu, segundo o analista, contribui para o agravamento da situação, dificultando a busca por soluções pacíficas e diplomáticas na região.