A partir do próximo sábado (5), técnicos do Laboratório de Restauração e Conservação (Labcon) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começarão o processo de restauração de documentos que foram resgatados após as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em abril e maio. Recentemente, cerca de 250 itens, incluindo partituras e livros, foram recebidos pela instituição, que já orientou museus e bibliotecas a congelar esses materiais para preservação temporária antes do tratamento.
O congelamento é uma medida inicial recomendada para evitar danos adicionais aos documentos, segundo Cézar Karpinski, coordenador do Labcon. Ele explica que, embora o congelamento não constitua um tratamento em si, é fundamental para a preservação até que os processos de restauração possam ser iniciados. Os documentos foram transportados em condições refrigeradas e, após chegarem ao laboratório, serão armazenados em refrigeradores adequados até o início do tratamento, que envolve testes químicos e biológicos para identificar os materiais utilizados na confecção dos itens.
O tratamento completo pode levar até dois anos, dependendo da condição dos documentos. Após a descongelamento inicial, os itens passarão por um processo de secagem, seguidos de higienização, recuperação estrutural e encadernação. Karpinski ressalta a importância de trazer técnicas de restauração conhecidas em outros países para o Brasil e enfatiza a necessidade de equipar mais laboratórios no país para lidar com situações semelhantes no futuro.