As taxas de juros futuros encerraram a semana em alta, com os contratos de médio e longo prazos se aproximando de 13%, impactadas por preocupações fiscais. A ausência de anúncios positivos sobre cortes de gastos e a falta de manifestação do governo em relação à revisão de despesas têm gerado apreensão no mercado, resultando em um aumento acumulado nas taxas ao longo da semana. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 12,70%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 subiu para 12,90%.
No decorrer da semana, apenas na segunda-feira houve uma leve queda nas taxas, motivada por notícias sobre um possível pacote de contenção de gastos após as eleições. Contudo, essa expectativa foi rapidamente ofuscada por informações negativas, como propostas para excluir estatais do Orçamento e a criação de um fundo de socorro para empresas aéreas. O ministro da Fazenda anunciou uma nova linha de crédito para empresas afetadas por um apagão em São Paulo, mas isso não deve ter impacto nas contas públicas, uma vez que os recursos vêm de um crédito extraordinário.
As incertezas políticas, somadas à paralisia da agenda do Congresso devido às eleições municipais e ao cenário internacional volátil, como a situação na China e as repercussões das eleições americanas, contribuem para a pressão sobre as taxas de juros. O mercado enfrenta um desafio de credibilidade em relação à capacidade do governo de implementar medidas fiscais responsáveis, resultando em flutuações contínuas nos preços e uma perspectiva negativa no curto prazo.