As taxas dos DIs encerraram a quarta-feira (23) em alta, aproximando-se novamente dos 13% em diversos vencimentos. O movimento refletiu a elevação dos rendimentos dos Treasuries nos EUA, que impactaram o mercado local, além de gerar preocupações em torno do equilíbrio fiscal no Brasil. A taxa do DI para janeiro de 2025 foi de 11,226% para 11,209%, enquanto os contratos mais longos também registraram aumentos significativos, com a taxa para janeiro de 2030 atingindo 12,97%.
A pressão nos juros foi intensificada pela percepção do mercado em relação à capacidade do governo brasileiro de gerenciar as contas públicas, especialmente após a decepção com a redução do contingenciamento de gastos. O cenário econômico global, caracterizado por cortes menores nas taxas de juros pelo Federal Reserve e promessas inflacionárias ligadas a políticas externas, também contribuiu para a alta. Em um momento crítico, a taxa do DI para janeiro de 2030 chegou a 13%, evidenciando a preocupação dos investidores com a estabilidade fiscal do país.
Durante a tarde, o Livro Bege do Federal Reserve trouxe alguma volatilidade, mas seu impacto foi momentâneo. No Brasil, o mercado precificou uma alta de 50 pontos-base na Selic em novembro, com um panorama de incertezas persistente. O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central destacou que o país passa por uma transição de regime de juros contracionistas, aumentando as dúvidas sobre a política futura do BC.