O Conselho Federal de Medicina decidiu manter a suspensão temporária do registro profissional de um pediatra acusado de estuprar uma paciente de 9 anos. A interdição cautelar, inicialmente de 180 dias e prorrogável, foi reforçada pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba, que precisa concluir o processo ético-profissional dentro deste prazo. A sindicância contra o médico começou em 7 de agosto, após a denúncia formal apresentada pela família da vítima, e o conselho segue acompanhando o inquérito criminal.
As investigações revelaram que a mãe da criança presenciou o momento do abuso durante a consulta e imediatamente registrou a ocorrência na delegacia. A Polícia Civil iniciou uma apuração que indicou um possível padrão de comportamento do pediatra ao longo de sua carreira, que se estende por mais de 33 anos, com vítimas em sua maioria entre 4 e 9 anos. O médico, de 81 anos e conhecido na capital paraibana, também ocupava um cargo na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), da qual foi afastado após a divulgação das denúncias.
Apesar de o Ministério Público ter aceitado a denúncia e tornado o pediatra réu por abuso sexual infantil, a Justiça negou a prisão preventiva solicitada pela polícia. O juiz argumentou que as evidências apresentadas, embora sérias, não eram suficientes para fundamentar uma prisão nesta fase do processo, indicando que a instrução processual seria necessária para determinar a veracidade das acusações. A defesa do médico considerou a decisão correta, ressaltando a reputação do profissional após mais de 50 anos de atividade.