A suspensão do contrato do laboratório Patologia Clínica Dr. Saleme, após a contaminação de seis pacientes transplantados por HIV, levanta sérias preocupações sobre a gestão da saúde pública em Nova Iguaçu. O laboratório mantinha um contrato com a prefeitura desde 2020, firmado sem licitação, que totalizou R$ 3,6 milhões após várias prorrogações. Embora o contrato tenha sido rescindido em fevereiro de 2024, o laboratório continuou a prestar serviços através de Organizações Sociais, cujos contratos foram cancelados após a interdição do laboratório.
A Prefeitura de Nova Iguaçu informou que a administração dos contratos com as Organizações Sociais foi feita conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. Contudo, a notificação da Secretaria Estadual de Saúde sobre a interdição do laboratório levantou questões sobre a qualidade dos serviços prestados e a supervisão do sistema de saúde municipal. A preocupação com a segurança dos pacientes é ressaltada pela gravidade do caso, que expõe falhas no processo de contratação e fiscalização dos prestadores de serviços de saúde.
As autoridades locais e envolvidos no caso, incluindo um ex-secretário de saúde, expressaram a necessidade de uma investigação rigorosa sobre o ocorrido. O ex-secretário enfatizou a importância de responsabilizar os culpados e garantir que situações semelhantes não se repitam, sublinhando a fragilidade do sistema de saúde e a necessidade de mecanismos mais eficazes para proteger a população.