O Supremo Tribunal Federal (STF) está avaliando a possibilidade de aplicar o mecanismo de repercussão geral em um caso que envolve a realização de inspeções de saúde diferenciadas para mulheres que desejam ingressar nas Forças Armadas. O debate gira em torno da legalidade de exames médicos invasivos voltados exclusivamente para candidatas e se tais práticas configuram discriminação de gênero, violando direitos fundamentais, como igualdade e privacidade. O julgamento virtual deve ser concluído no dia 18 de outubro.
O tema foi levado ao STF após um recurso de um Ministério Público que contestou a exigência de verificações clínicas específicas para mulheres durante o processo de admissão na Marinha. A Justiça Federal do Rio de Janeiro já havia decidido que a Marinha não poderia exigir tais procedimentos. Em resposta, a União argumentou que a Constituição permite requisitos específicos para concursos em certas carreiras, ressaltando a necessidade de condições de saúde adequadas para o serviço militar, e negou qualquer discriminação.
O relator do caso, ministro Luiz Fux, defendeu o reconhecimento da repercussão geral, enfatizando a importância de decidir se as inspeções médicas invasivas violam direitos fundamentais. A discussão é relevante para garantir a aplicação uniforme da Constituição em todo o país e a estabilidade nas decisões do STF, o que pode influenciar futuras seleções públicas que envolvam critérios de saúde. A análise do tema pode resultar em diretrizes que orientarão a aplicação da decisão em casos semelhantes no sistema judiciário.