Em Sorocaba, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado entre o Sindicato dos Transportes e o Ministério Público do Trabalho (MPT), após investigações que revelaram irregularidades na gestão do sindicato. O acordo prevê uma multa de R$ 300 mil, parcelada em 24 vezes, mas especialistas criticaram a falta de punição direta aos dirigentes envolvidos e apontaram que os trabalhadores estão arcando com os custos da má gestão. Uma motorista que denunciou o sindicato afirmou ter sido demitida em represália, alegando que a demissão ocorreu após pressões internas.
A motorista, afastada por problemas de saúde, relatou que a demissão ocorreu logo após o TAC, em um contexto de ameaças de desligamento a outros denunciantes. Ela afirmou que, ao longo do processo, todos os envolvidos na denúncia sofreram retaliações, com o sindicato exercendo influência nas demissões nas empresas de transporte. O sindicato, por sua vez, declarou que não se manifestará sobre a demissão e que a responsabilidade recai sobre a empresa.
O MPT defendeu que a elaboração do TAC seguiu normas e que a responsabilização dos dirigentes só deve ocorrer quando houver provas concretas. Entretanto, especialistas apontam que o acordo pode punir duplamente a categoria, já que os trabalhadores terão que arcar com os custos da multa. As demissões e pressões relatadas levantam preocupações sobre a proteção dos direitos trabalhistas e a condução das ações do sindicato, refletindo um clima de incerteza para os trabalhadores na região.