Anualmente, milhares de sul-coreanos, principalmente homens de meia-idade, morrem sozinhos, um fenômeno conhecido como “godoksa”. Esse problema reflete uma crise maior de solidão e isolamento social que afeta a população. Recentemente, o governo de Seul anunciou um investimento de 451,3 bilhões de wons (cerca de US$ 327 milhões) para implementar medidas que visam a criação de um ambiente onde ninguém se sinta solitário, incluindo serviços de apoio psicológico e iniciativas para promover conexões sociais.
As mortes solitárias estão aumentando, com 3.661 ocorrências registradas no último ano. Esse crescimento é atribuído a uma nova definição de morte solitária, que agora abrange qualquer pessoa que viva isolada e morra de suicídio ou doenças. A crise demográfica e a predominância de homens na faixa dos 50 a 60 anos entre as vítimas reforçam a necessidade de ação. Especialistas alertam que a solidão é uma questão complexa, muitas vezes relacionada à cultura coreana, onde a falta de propósito e a pressão social geram sentimentos de inadequação e solidão, mesmo entre aqueles com vidas sociais ativas.
Além das iniciativas do governo sul-coreano, outros países, como o Japão e o Reino Unido, têm enfrentado desafios semelhantes, criando ministérios e programas dedicados à solidão. Contudo, especialistas enfatizam que as soluções não podem se restringir a ações físicas, pois a solidão é um problema multifacetado que requer uma mudança cultural mais ampla, visando o fortalecimento da individualidade e o autocuidado. A sociedade precisa encontrar maneiras de apoiar a saúde mental e promover interações significativas para efetivamente reduzir o isolamento social.