O Rio Negro atingiu 12,68 metros em Manaus, marcando a pior seca da história da capital amazonense pelo segundo ano consecutivo, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil. Comparado ao mesmo período do ano passado, quando o nível do rio estava em 15,14 metros, a queda é alarmante e acentua a crise hídrica na região, impactando diretamente o ecossistema e a vida de mais de 750 mil pessoas que dependem dos recursos hídricos. A situação foi agravada pela falta de chuvas e pelo fenômeno climático El Niño, que impede a formação adequada de nuvens durante a estação chuvosa.
As consequências da seca são severas, com a interdição de áreas de lazer e o fechamento de 29 escolas na zona rural. A Prefeitura de Manaus declarou situação de emergência e adotou medidas para mitigar os impactos, como a Operação Estiagem, que já forneceu cestas básicas e água potável para milhares de famílias. O transporte aquático também foi afetado, com rotas de barcos levando significativamente mais tempo devido à baixa dos níveis dos rios, e os preços das passagens aumentando.
Especialistas alertam que a seca pode continuar até o fim de outubro, com expectativas de recuperação apenas com a chegada do fenômeno La Niña, que deve trazer chuvas mais intensas no próximo semestre. A falta de água não só afeta o abastecimento e a navegação, mas também compromete a agricultura familiar e a economia local, especialmente para aqueles que dependem do comércio de peixes e produtos agrícolas. As autoridades locais permanecem atentas à evolução da situação, buscando formas de apoio e recuperação para as comunidades afetadas.