A seca severa no Piauí tem levado a população a enfrentar a difícil escolha entre comprar água potável ou recorrer a reservatórios que, muitas vezes, contêm água imprópria para o consumo. Moradores relatam que têm reduzido gastos com alimentação para conseguir comprar água, que muitas vezes é de qualidade inferior, com relatos de água esverdeada e a presença de impurezas. A falta de chuvas regulares, que já dura seis meses, tem afetado drasticamente a disponibilidade de água, levando a cisternas a secarem e deixando 90% da bacia hidrográfica do Rio Parnaíba em situação crítica.
A situação é alarmante, com o preço da água potável chegando a R$ 600 por caminhão, que fornece apenas 8 mil litros, quantidade insuficiente para atender uma família de quatro pessoas por um período prolongado. Além disso, as altas temperaturas exigem uma hidratação maior, complicando ainda mais a realidade das comunidades afetadas. A Secretaria de Estado da Defesa Civil (Sedec) anunciou que iniciará o fornecimento de água por meio de carros-pipa para 106 municípios em estado de emergência, mas essa solução é temporária e não resolve a raiz do problema.
Para solucionar a crise hídrica de forma sustentável, a construção da Adutora do Sertão do Piauí está sendo considerada. Este projeto visa captar água de poços na região e atender cerca de 600 mil pessoas. Apesar de a primeira etapa da obra ter sido anunciada para agosto, a implementação ainda enfrenta entraves burocráticos. A fiscalização do Ministério Público Federal é fundamental para garantir a execução do projeto, que busca garantir o acesso à água de qualidade e minimizar os impactos da seca na vida da população.