O estado do Amazonas enfrenta a pior seca em 122 anos, conforme o Serviço Geológico do Brasil, afetando todos os 62 municípios, que estão em situação de emergência. A seca dos rios tem causado impactos significativos na economia local, afetando diretamente as famílias de mais de 800 mil pessoas. Com a impossibilidade de navios cargueiros atracarem em Manaus, os portos da capital implementaram terminais fluviais no Rio Amazonas, em Itacoatiara, para facilitar a entrega de mercadorias. No entanto, essa solução tem gerado uma nova taxa, chamada de “taxa da pouca água”, que tem encarecido os preços dos produtos.
Os custos de transporte aumentaram drasticamente, com transportadoras cobrando até R$ 32 mil por contêiner, praticamente o dobro em comparação ao ano anterior, que já havia sido marcado por dificuldades. O repasse dessas taxas ao consumidor é inevitável, levando a um aumento geral nos preços de diversos produtos, como alimentos e insumos essenciais. Comerciantes locais relataram que itens como o tucumã e o queijo tiveram aumentos expressivos, impactando a população do Amazonas e Roraima, já que muitos produtos são transportados através de Manaus.
Diante dessa situação crítica, o Ministério Público abriu uma investigação para apurar possíveis abusos por parte das transportadoras. O cenário destaca a fragilidade da infraestrutura de transporte fluvial na região, além da necessidade urgente de soluções que minimizem os impactos da seca na economia local e no cotidiano das famílias afetadas. A combinação de fatores climáticos e logísticos gera um desafio complexo, exigindo atenção e ação tanto das autoridades quanto das empresas envolvidas.