O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que o Brasil enfrenta a pior seca dos últimos 75 anos, com os menores índices de precipitação registrados desde janeiro. Atualmente, 217.792 km² do território nacional estão afetados pela seca, com um terço desta área em estado severo. Os estados mais impactados incluem Mato Grosso, Pará, Amazonas, Tocantins e Mato Grosso do Sul, e entre os municípios com mais focos de calor destacam-se São Félix do Xingu e Altamira. O ICMBio enfatiza a proibição do uso do fogo em grande parte do país, considerando-o crime sujeito a penas.
As queimadas, principalmente em vegetação nativa e florestas, foram exacerbadas pela seca e pelas mudanças climáticas, com setembro registrando um aumento significativo das áreas afetadas. O período de janeiro a setembro de 2024 viu um crescimento de 150% na área queimada em comparação com o mesmo período de 2023, totalizando 22,38 milhões de hectares, mais da metade deles na Amazônia. Setembro foi o mês mais crítico, com 10,65 milhões de hectares queimados, representando quase 200% de aumento em relação ao ano anterior.
Em resposta à crise, a Polícia Federal instaurou 31 inquéritos, enquanto o Ibama conduziu 127 ações de fiscalização, resultando em multas que somam R$ 458,35 milhões. Embora a região do Pampa tenha registrado a menor área queimada em três anos, o Cerrado e o Pantanal sofreram impactos significativos. A Mata Atlântica também foi afetada, com 71% das queimadas ocorrendo em áreas agropecuárias, especialmente nas plantações de cana-de-açúcar. A situação demanda atenção e medidas eficazes para mitigar os danos ambientais e proteger a biodiversidade.