As chuvas intensas que atingem Rondônia nos últimos dias não foram suficientes para alterar a situação crítica do rio Madeira, que continua apresentando níveis mínimos históricos. Com uma vazão predominantemente influenciada pelas chuvas nas regiões andinas da Bolívia e do Peru, a falta de precipitação nessas áreas tem refletido diretamente na seca do rio, que em alguns pontos alcançou apenas 19 centímetros. As comunidades ribeirinhas enfrentam grandes desafios, com poços secando e a dependência de água potável sendo suprida por doações da Defesa Civil.
O impacto da seca é visível em diversas áreas, incluindo o Porto de Cargas de Porto Velho, que paralisou suas operações pela primeira vez em sua história devido à inavegabilidade do rio para grandes embarcações. Os pescadores da região estão se adaptando à nova realidade, criando canais na lama para manter o acesso ao porto e garantir a continuidade de suas atividades. Especialistas alertam que a recuperação do nível do rio depende das chuvas que caem nas cabeceiras, e as previsões para as próximas semanas indicam continuidade da seca.
O monitoramento do rio Madeira é realizado por meio de estações hidrometeorológicas, que agora incluem um sistema atualizado para representar a severidade da estiagem. Esse sistema é crucial para que autoridades e a população entendam melhor a situação e possam implementar medidas de mitigação. O engenheiro hidrológico Guilherme Cardoso ressalta a importância desse acompanhamento, que pode ajudar na formulação de estratégias para enfrentar a crise hídrica que afeta a região.