Uma seca extrema no rio Pacaás, em Rondônia, deixou pelo menos 10 comunidades indígenas isoladas, dificultando o acesso a alimentos e serviços de saúde. O transporte, que antes levava sete dias de barco até a cidade de Guajará-Mirim, agora leva até 18 dias, forçando os moradores a arrastarem suas embarcações por trechos secos. Com a falta de recursos e transporte, algumas comunidades não conseguiram votar nas recentes eleições, evidenciando a gravidade da situação.
As comunidades, já afetadas por uma cheia histórica no ano anterior, enfrentam dificuldades para receber assistência. A Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) de Guajará-Mirim está tentando atender a demanda com a entrega de cestas básicas, mas a logística tem sido comprometida devido à escassez de recursos e ao empenho de helicópteros em combater incêndios florestais na região. Embora 106 cestas básicas tenham sido entregues, outras sete comunidades ainda aguardam ajuda, reclamando da falta de suporte.
Além dos desafios de transporte, a situação se agrava com a iminente falta de acesso a cuidados médicos. Os moradores relatam que a remoção de pacientes para tratamento pode levar mais de um dia, aumentando o risco de complicações graves. As autoridades locais afirmam que estão fazendo o possível para garantir a assistência, mas a urgência da situação demanda ações mais rápidas e eficazes.