A bolsa brasileira enfrenta a maior seca de ofertas públicas iniciais (IPOs) de sua história, que já dura mais de três anos, sem previsões de novas ofertas no curto prazo. Apesar das IPOs serem consideradas um sinal positivo para a saúde da economia e do mercado acionário, um levantamento da Seneca Evercore revela que apenas 9,5% das 84 ofertas primárias realizadas na última década tiveram desempenho superior ao do Ibovespa. A análise não inclui empresas que deixaram a B3, como algumas que passaram por fusões ou aquisições.
Entre as empresas que superaram o índice, destacam-se Ambipar, Cury e Orizon, que apresentam valorizações expressivas desde suas estreias. Em contrapartida, 82,1% das ações estão com rendimento abaixo do preço de IPO, o que evidencia um panorama desafiador. Apesar do varejo e da tecnologia terem liderado o número de IPOs, com 17 e 14 ofertas, respectivamente, todas essas ações acumularam quedas desde a abertura de capital.
Desde um período otimista em 2021, com 42 IPOs, o mercado de capitais brasileiro viu um colapso, com zero IPOs nos anos seguintes. O último IPO na B3, da Vittia, ocorreu em setembro de 2021 e marca o fim de uma fase de crescimento que incluiu 68 ofertas entre 2020 e 2021. A situação atual destaca a dificuldade das empresas em manter desempenho positivo no mercado acionário e levanta questões sobre a confiança dos investidores no futuro.