A escassez hídrica que atinge diversas regiões do Pará impacta diretamente a logística de votação para as eleições de 2024, marcadas para o próximo domingo (6). Estimativas do Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-PA) indicam que mais de 40 mil eleitores ribeirinhos enfrentarão dificuldades para votar devido à seca, que afeta especialmente a região do Baixo Amazonas e o Arquipélago do Marajó, onde 116 locais de votação estão comprometidos. Para garantir o acesso às urnas eletrônicas, o TRE-PA adotou medidas alternativas de transporte, incluindo o uso de carroças e embarcações de pequeno porte.
As condições de navegação nos rios foram severamente prejudicadas pela baixa vazão do rio Xingu e seus afluentes, resultando em desafios significativos para o transporte das urnas. No município de Jacareacanga, por exemplo, a mobilização de mesários e o transporte das urnas exigem soluções inovadoras devido ao difícil acesso às comunidades. A entrega das urnas, que começou na quarta-feira (2), contará com suporte aéreo e terrestre, com o objetivo de assegurar a participação do eleitorado ribeirinho.
Além dos desafios logísticos para a votação, a seca também afeta a geração de energia da Usina de Belo Monte, que é um dos principais fornecedores do sistema interligado nacional. A redução da vazão de água nas turbinas foi uma resposta à demanda energética e à falta de chuvas, o que, por sua vez, afeta a navegação em algumas áreas do rio. Diante desse cenário, o TRE-PA reportou um aumento significativo no uso de embarcações menores para o transporte das urnas, refletindo a adaptação às condições adversas enfrentadas pela população local.