A cidade de São Paulo enfrenta uma crise persistente de falta de energia elétrica, com casas e estabelecimentos sem fornecimento por mais de quatro dias. A situação, que se agrava a cada evento climático extremo, levanta questionamentos sobre a eficiência do planejamento e da gestão das autoridades competentes. Historicamente, a cidade já passou por apagões significativos, e a população se vê refém de um sistema que não atende às suas necessidades básicas, com muitos cidadãos, especialmente idosos, incapazes de sair de casa devido à inoperância de elevadores.
A Enel, responsável pelo fornecimento de energia, justifica que está cumprindo as normas estabelecidas pela agência reguladora, mas essa defesa é contestada, uma vez que os critérios técnicos desconsideram eventos climáticos extremos. Apesar das justificativas técnicas, o impacto real é devastador, com a Fecomércio estimando perdas de R$ 1,65 bilhão para o varejo e serviços, afetando a operação de negócios essenciais, como restaurantes e clínicas, que dependem de eletricidade para funcionar adequadamente.
A recorrência dessas interrupções de energia em São Paulo evidencia uma falta de ação das autoridades, que parecem esperar até que a situação chegue a um ponto crítico para exigir respostas da Enel. O contrato que exclui eventos extremos não absolve nem a empresa nem os órgãos governamentais da responsabilidade de agir para evitar que os cidadãos enfrentem transtornos tão significativos. Assim, a população paulista é forçada a arcar com as consequências de uma gestão deficiente, pagando não apenas pela energia, mas também pelos prejuízos e inconvenientes que surgem em situações de crise.