No terceiro trimestre de 2024, o Santander Brasil destacou a palavra “disciplina” durante suas conferências com analistas e jornalistas. Apesar de um balanço considerado positivo, o CEO Mario Leão enfatizou que os resultados ainda não atendem às expectativas desejadas, mencionando um objetivo de retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 20%. A rentabilidade alcançada foi de 17%, superando as previsões de analistas, que não esperavam nem mesmo 14%. Leão afirmou que a disciplina se refere não apenas à alocação de capital, mas também à execução de estratégias que levem a resultados mais robustos.
Diante de um cenário macroeconômico desafiador, o banco está adotando uma abordagem mais seletiva na alocação de capital, prevendo um crescimento da carteira de crédito abaixo da média do mercado. Leão explicou que a instituição está fazendo uma alocação “clínica” dos recursos, priorizando portfólios que ofereçam melhores retornos marginais. Essa mudança levou à redução da carteira de atacado, uma vez que a rentabilidade dessas operações se tornou menos competitiva, especialmente com a liquidez dos títulos no mercado de capitais.
No que diz respeito às pequenas e médias empresas (PMEs), o Santander lançou um novo modelo de atendimento e produtos, visando dobrar sua atuação nesse segmento, que enfrenta riscos elevados de inadimplência devido à persistência de juros altos. Embora o cenário econômico atual possa impactar a recuperação das PMEs, Leão afirmou que a meta de crescimento não será comprometida. A estratégia do banco envolve calibrar o apetite ao crédito, garantindo que as decisões sejam baseadas na qualidade do crédito e na prudência diante das circunstâncias econômicas.