A sabatina de Roberto Campos Neto, realizada em fevereiro de 2019, para a presidência do Banco Central (BC), focou principalmente na autonomia da instituição, na taxa Selic e na inadimplência. Campos Neto, indicado durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, apresentou sua experiência e qualificação em um processo que durou quase cinco horas, respondendo a perguntas de senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Durante a sessão, ele enfatizou a importância de um modelo de política monetária que seja guiado mais por regras do que por decisões pessoais, argumentando que isso poderia levar a um controle mais eficaz da inflação.
O novo presidente do BC defendeu a necessidade de maior acesso digital aos serviços financeiros, ressaltando que a digitalização é uma tendência crescente entre os bancos. Ele também abordou a importância da autonomia operacional do Banco Central, explicando que essa independência permitiria a manutenção de taxas de juros mais baixas, mesmo em cenários de inflação elevada, minimizando os riscos de rupturas no sistema financeiro. Sua visão era de que o Brasil estava maduro o suficiente para implementar tais mudanças.
A aprovação de Campos Neto na CAE foi unânime, com 26 votos favoráveis, e, posteriormente, a indicação foi aprovada no plenário do Senado. A autonomia do Banco Central foi formalizada em 2021 com a sanção da Lei Complementar 179/2021, que estabeleceu mandatos de quatro anos para o presidente e diretores da autarquia. A sabatina recente de Gabriel Galípolo, indicado pelo governo Lula, segue a mesma linha de questionamentos e expectativas em relação ao papel do BC na economia brasileira.