No dia 24 de outubro, Goiânia celebra o 91º aniversário de sua fundação, destacando-se na programação festiva a apresentação do renomado cantor Roberto Carlos. Com uma carreira que abrange várias décadas, Carlos é conhecido por seu vasto repertório musical que ressoa com seu grande público. Além de seu impacto na música popular, suas letras também estabelecem uma interessante conexão com a literatura, refletindo temas culturais profundos.
A relação entre a obra de Roberto Carlos e a literatura pode ser analisada à luz do conceito de zeitgeist, que se refere ao espírito de uma época e é abordado pelo filósofo Friedrich Hegel. A literatura e as artes em geral registram os traços culturais de cada era, e obras como “Sombras de Reis Barbudos”, de José J. Veiga, ilustram como a narrativa pode transcender o tempo, abordando questões sociais e políticas de forma duradoura. Um exemplo clássico é “Moby Dick”, de Herman Melville, que apresenta um perfil da economia baleeira do século 19, refletindo a complexidade das relações humanas com a natureza e a luta por vingança.
No contexto atual, Roberto Carlos tem usado sua música para abordar a defesa da natureza, como na canção “As Baleias”, lançada em 1981. A letra estabelece um diálogo crítico sobre a prática da caça às baleias, contrastando com a glorificação do baleeiro em “Moby Dick”. A música evoca a consciência ambiental e a responsabilidade sobre as consequências da exploração da natureza, refletindo um zeitgeist que valoriza a preservação e a proteção dos recursos naturais. A intertextualidade entre a obra de Melville e as canções de Carlos revela a relevância contínua de temas ambientais na arte contemporânea.