Luciano Laspina, deputado do PRO e membro da base do governo de Javier Milei, analisa os primeiros dez meses da administração, ressaltando conquistas significativas, como a recuperação do equilíbrio fiscal e a implementação de um controle cambial que reduziu a inflação mensal de 20% para cerca de 4%. No entanto, ele destaca que o controle de capitais, embora tenha gerado estabilidade temporária, levanta questões sobre sua durabilidade e a necessidade de uma saída planejada no futuro. O deputado acredita que o risco atual na Argentina é mais político do que fiscal, dado que a confiança do mercado depende das próximas eleições legislativas em 2025.
Laspina observa que as reformas estão trazendo um impacto negativo sobre a população, especialmente nas classes média e baixa, que já enfrentavam dificuldades devido ao legado do governo anterior. Apesar disso, ele aponta que a administração está promovendo uma agenda microeconômica que tem apoio popular, focando na redução de privilégios e na simplificação do Estado. Para ele, a construção de uma base política sólida é essencial para a continuidade das reformas e a recuperação econômica do país.
Por fim, o deputado projeta que, se o governo mantiver a estabilidade econômica e confirmar seu apoio nas eleições, será possível reduzir os riscos associados à administração e avançar nas reformas. Laspina ressalta que a Argentina possui oportunidades significativas, especialmente no setor energético, mas o sucesso depende da manutenção de uma coalizão política que sustente as mudanças necessárias e evite um retorno ao populismo. O futuro econômico do país, segundo ele, está intimamente ligado ao desenvolvimento de uma estratégia política coesa e eficiente.