A criação de um Estado palestino independente implicaria na divisão de receitas substanciais de petróleo e gás, estimadas em mais de meio trilhão de dólares. A exploração dos campos de gás natural no Mar Mediterrâneo, particularmente em frente à Faixa de Gaza, é realizada exclusivamente por Israel, que se tornou um importante produtor e exportador de gás nos últimos anos. Relatórios da Agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad) revelam que as reservas na Bacia do Levante podem valer cerca de 524 bilhões de dólares, quantia que deveria ser compartilhada com os palestinos. No entanto, a ocupação israelense tem dificultado o desenvolvimento desses recursos pelos palestinos.
A disputa por esses recursos energéticos está profundamente interligada com a dinâmica política do Oriente Médio. Especialistas observam que a atual guerra e as ações militares em Gaza visam viabilizar uma economia baseada no gás, com um projeto mais amplo de fortalecer a influência israelense na região, em oposição a potências xiitas, como o Irã. O conceito de um Novo Oriente Médio, defendido pelo governo israelense, busca expandir a liderança sunitas, utilizando o gás e petróleo como plataformas de influência econômica e geopolítica.
Além das questões energéticas, a disputa por recursos hídricos também é central para o conflito. Os palestinos consomem uma fração dos recursos hídricos utilizados por israelenses, com a ocupação restringindo ainda mais o acesso a essas fontes essenciais. A situação evidencia a complexidade do conflito, onde as questões territoriais, de recursos naturais e políticas religiosas se entrelaçam, formando um panorama desafiador para a paz e a autonomia do povo palestino.