O Rio Paraguai atingiu seu nível mais baixo já registrado, chegando a 62 centímetros abaixo da cota de referência, conforme informado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB). As medições, iniciadas pela Marinha em 1900, indicam que a situação foi prevista desde fevereiro, devido a chuvas insuficientes na região. A cota padrão para o rio é de 5 metros, e a seca atual afeta diretamente a economia local, impactando setores como turismo e pesca, além do abastecimento das comunidades ribeirinhas.
A escassez de chuvas na bacia hidrográfica do Rio Paraguai tem gerado preocupações sobre as implicações ambientais e sociais. A Agência Nacional de Águas (ANA) aponta que a região do Pantanal, um dos biomas mais frágeis do mundo, está particularmente vulnerável às mudanças climáticas. O déficit acumulado de chuvas durante a estação chuvosa iniciada em outubro de 2023 foi de 395 mm, em contraste com a média esperada de 1.097 mm. Essa situação pode levar a uma recuperação lenta dos níveis do rio, que deve permanecer abaixo da cota até pelo menos a segunda quinzena de novembro.
Além das preocupações ambientais, a Marinha emitiu alertas sobre as condições de navegação no Rio Paraguai, recomendando precauções devido à formação de bancos de areia e rochas. O trânsito de barcos na região é histórico e crucial para a integração com países vizinhos, sendo uma das hidrovias prioritárias para concessão à iniciativa privada. O projeto busca facilitar o transporte de cargas, especialmente de produtos agrícolas e minerais, o que pode intensificar a exploração desses recursos na área e aumentar a demanda por água.