O Rio Paraguai registrou seu nível mais baixo já medido, alcançando 62 centímetros abaixo da cota de referência, conforme dados do Serviço Geológico Brasileiro. Desde 1900, a série de medições realizada pela Marinha revela que a mínima anterior, de 61 centímetros, foi registrada em 1964. A cota padrão para o rio é de 5 metros, e a situação atual foi antecipada por pesquisadores, que já alertavam sobre a possibilidade de um novo recorde de seca desde fevereiro. A falta de chuvas adequadas durante a estação chuvosa, iniciada em outubro de 2023, tem contribuído para essa condição alarmante.
As consequências da seca são significativas para a economia e o meio ambiente, impactando diretamente setores como turismo e pesca, além do abastecimento das comunidades ribeirinhas. Especialistas destacam que a variabilidade climática e a escassez de chuvas são fatores determinantes para a drástica redução dos níveis do rio, afetando também o Pantanal, um bioma vulnerável a essas mudanças. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul ressalta que a recuperação dos níveis do Rio Paraguai será lenta, com previsão de que permaneça abaixo da cota padrão até a segunda quinzena de novembro.
A Marinha está emitindo alertas sobre as condições de navegação no Rio Paraguai, orientando os navegantes a redobrarem a atenção devido à formação de bancos de areia e rochas. O aumento da exploração de recursos hídricos na região, em virtude de projetos de concessão, pode agravar ainda mais a situação, exigindo a consulta a boletins diários de segurança antes de qualquer atividade de navegação. O governo também está tomando medidas para apoiar os pescadores afetados pela seca e monitorar o impacto ambiental da situação.