A reprodução assistida está ganhando destaque no mercado de fusões e aquisições no Brasil, impulsionada pelo aumento de mulheres que buscam ter filhos mais tarde para priorizar suas carreiras, bem como pela crescente aceitação da maternidade entre a população homoafetiva. Com investimentos significativos de fundos de private equity, como o da XP e da Hundington, o setor está se consolidando rapidamente. A Fertgroup, criada como uma holding para clínicas de fertilização, já possui 10% de participação de mercado e planeja expandir para 14% com aquisições futuras, visando aumentar o número de ciclos de fertilização realizados anualmente.
Embora o congelamento de óvulos tenha se tornado uma prática mais comum apenas nas últimas duas décadas, a demanda por esses serviços está crescendo. Atualmente, cerca de 200 clínicas oferecem tratamentos de fertilização no Brasil, que ainda estão atrás de países como Estados Unidos e Espanha em termos de procedimentos realizados. As estatísticas revelam uma queda acentuada na fertilidade feminina após os 32 anos, o que, combinado com a alta taxa de infertilidade reconhecida pela OMS, torna a reprodução assistida uma necessidade crescente para muitas mulheres.
Empresas estão começando a reconhecer a importância desse tema, oferecendo a reprodução assistida como um benefício para seus funcionários. Pequenas e médias clínicas também estão se unindo para fortalecer sua posição no mercado, aproveitando a tendência de consolidação que já ocorreu em outros segmentos da saúde. Com tratamentos que podem custar de R$ 25 mil a R$ 40 mil por ciclo, o espaço para serviços personalizados e de alta qualidade continua a se expandir, refletindo as mudanças sociais e as novas dinâmicas familiares.