A recente escalada de conflitos no Líbano forçou milhares de pessoas a deixarem suas casas, incluindo brasileiros com raízes na região. O trajeto para o norte do país, que normalmente levaria cerca de 1h30, se transformou em uma jornada traumática de até 12 horas. Muitos relataram o medo constante de serem atingidos por bombardeios enquanto tentavam encontrar abrigo em meio ao caos. Apesar das tentativas de se alojar em escolas e igrejas, muitos estavam lotados, e as famílias se viam sem opções de segurança.
Os relatos de uma jovem e um adulto, que conseguiram chegar a Beirute após horas dirigindo sob bombardeios, destacam o terror da situação. Com explosões constantes ao redor, as condições nas estradas eram críticas, com a necessidade de fornecer assistência a famílias em dificuldades. A sensação de insegurança permaneceu mesmo após alcançarem locais considerados seguros, com a lembrança do barulho ensurdecedor das bombas e da destruição que testemunharam.
Diante desse cenário, o governo brasileiro anunciou a repatriação de cerca de 3 mil cidadãos brasileiros, que se encontram no Líbano, parte de uma comunidade estimada em 21 mil pessoas. A esperança de um acordo de cessar-fogo e a vontade de retornar para suas aldeias são sentimentos compartilhados por muitos, que se veem forçados a deixar suas vidas e memórias para trás em busca de segurança.