Um comitê independente revelou que a empresa varejista utilizou práticas fraudulentas para mascarar resultados financeiros, incluindo a forja de contratos com fornecedores. Em janeiro de 2023, a companhia admitiu a existência de um esquema que resultou em um rombo de R$ 25,3 bilhões. A investigação analisou cerca de 74 terabytes de dados, revisou 1,2 milhão de documentos e entrevistou aproximadamente 250 pessoas, incluindo funcionários e ex-colaboradores, para apurar as irregularidades.
De acordo com o relatório, foram identificados contratos falsificados relacionados a verbas de propaganda cooperada (VPC), utilizados para inflar os resultados financeiros. A pesquisa revelou que a empresa apresentava entradas de dinheiro que nunca ocorreram, enquanto diversos VPCs não foram pagos ou estavam inconsistentes com os valores registrados. Além disso, a KPMG, consultoria contratada, não encontrou evidências suficientes para comprovar a existência dos acordos com fornecedores.
Para ocultar a manipulação dos resultados e atrasar obrigações financeiras, a varejista utilizou operações de risco sacado e outras formas de crédito. Entre 2008 e 2022, a empresa realizou 36 operações desse tipo, muitas vezes utilizando títulos vencidos como garantia. A investigação destacou que essa estratégia buscava diminuir a pressão sobre o fluxo de caixa da empresa, resultando em uma distorção significativa dos seus resultados financeiros e das suas obrigações com fornecedores.