Um comitê independente contratado para investigar a fraude contábil na Americanas divulgou um relatório em julho que detalha irregularidades que totalizam R$ 25 bilhões. Um dos principais pontos destacados foi o uso do risco sacado, uma linha de financiamento para pagamentos a fornecedores, que não foi reconhecida como dívida nas demonstrações financeiras. A falta de reconhecimento de aproximadamente R$ 3,4 bilhões em despesas gerou um impacto significativo nos balanços da empresa, evidenciando falhas graves na contabilidade.
Outro aspecto crítico foram os contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que, segundo o relatório, eram manipulados para ocultar problemas de liquidez. Alguns desses contratos eram fictícios, não refletindo transações reais com os fornecedores. A investigação também revelou que a empresa mantinha relações com funcionários de instituições financeiras para ocultar operações durante auditorias, resultando em acesso a documentos forjados e uma atmosfera de tensão entre as auditorias e a diretoria devido à falta de informações completas.
Além disso, o relatório observou que, no segundo semestre de 2022, executivos da Americanas realizaram vendas de ações que somaram R$ 287 milhões, levantando suspeitas entre o conselho de administração. A mudança de presidência em 2023 intensificou as preocupações da diretoria sobre a situação financeira, levando a um esforço para justificar números diante do novo CEO. Esses elementos evidenciam a complexidade e a gravidade da situação financeira da varejista, bem como a necessidade de uma supervisão mais rigorosa nas operações contábeis.