O relatório da missão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, publicado em 15 de outubro, revela que graves violações de direitos humanos ocorreram na Venezuela antes, durante e após as eleições de julho. Dentre as práticas denunciadas estão tortura, desaparecimentos forçados, violência sexual e prisões arbitrárias, que se configuram como crimes contra a humanidade. O documento enfatiza que a repressão do Estado se intensificou, visando desmobilizar a oposição e instaurar um clima de medo na população, com um padrão de ataques sistemáticos contra civis.
A missão da ONU confirmou 25 mortes durante os protestos pós-eleitorais, a maioria por disparos de armas de fogo por forças de segurança e grupos afins ao regime. O relatório destaca uma mudança no perfil das vítimas, que agora inclui não apenas líderes políticos, mas também cidadãos comuns que expressam desacordo com o governo. O documento traz à tona a detenção de 158 menores acusados de crimes graves, um fenômeno alarmante que agrava a preocupação com a situação dos direitos humanos no país.
Além das violações, o relatório menciona a atuação das forças de segurança, caracterizada por detenções sem mandado e uso excessivo da força. Críticos ao regime enfrentam tratamento cruel e ameaças, incluindo tortura, para forçar confissões. A missão, estabelecida em 2019 e com mandado renovado, busca investigar essas práticas em um contexto de crescente autoritarismo e repressão à oposição, enquanto a comunidade internacional continua a monitorar a situação no país.