A Polícia Federal concluiu que deficiências na gestão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal foram fatores cruciais para a ineficiência na resposta aos ataques aos prédios dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Em um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal, o delegado responsável pela investigação ressaltou a ausência de informações críticas e a falta de comunicação entre as forças de segurança, o que agravou a situação de vulnerabilidade. Apesar de existirem indícios de mobilizações que poderiam levar a atos violentos, não houve a devida análise ou repasse de dados às autoridades competentes.
Os investigadores identificaram quatro núcleos de responsabilidade em relação aos eventos: a Polícia Militar do Distrito Federal, as Forças Armadas, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria de Segurança Pública. O relatório menciona que, após as eleições presidenciais de 2022, houve disseminação de informações falsas e discussões sobre ações ilegais entre oficiais da PMDF, que contribuíram para a ocorrência de violência. No caso das Forças Armadas, a análise indicou que a mobilização de manifestantes demonstrava uma clara intenção antidemocrática, apesar de não haver responsáveis individualmente listados.
A investigação também destacou falhas significativas na atuação do Gabinete de Segurança Institucional, que tinha a responsabilidade de manter e compartilhar informações relevantes. O documento sugere que a falta de ação e a gestão inadequada de informações de inteligência foram determinantes para a invasão do Palácio do Planalto. A defesa de autoridades citadas no relatório argumenta que houve planejamento prévio e que a ausência de um dos líderes não foi inesperada, enfatizando que protocolos adequados poderiam ter mitigado os efeitos das manifestações violentas.