O debate sobre a reforma do Imposto de Renda (IR) no Brasil destaca a necessidade de reajustar a tabela de isenção, segundo especialistas, para tornar o sistema tributário mais justo. Atualmente, a faixa de isenção foi elevada para R$ 2.824, mas ainda é insuficiente para cobrir a inflação acumulada. A proposta de isentar rendimentos de até R$ 5 mil é vista como uma medida importante para a justiça fiscal, especialmente após promessas feitas pelo governo de ampliar essa isenção.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou a intenção de trabalhar em um projeto que não resulte em perdas ou ganhos na arrecadação, alinhando-o com as reformas tributárias em andamento. A discussão em torno da proposta enfrenta desafios, incluindo um déficit estimado de R$ 35 bilhões, o que leva à consideração de alternativas, como a taxação de milionários. No entanto, especialistas questionam a viabilidade dessa abordagem, citando a necessidade de um planejamento cuidadoso para evitar contradições na comunicação do governo.
A advogada tributarista Lina Santin sugere que a reforma deve ser abordada com foco em alíquotas progressivas e uma estrutura que não repita erros de modelos anteriores, como o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Ela defende que a proposta deve ser desenvolvida com uma perspectiva que assegure a justiça fiscal, considerando tanto os impactos econômicos quanto a possível fuga de capital, um desafio enfrentado por países que implementaram reformas semelhantes.