O engenheiro André Rebouças (1838-1898) é reconhecido como uma figura fundamental na engenharia brasileira, destacando-se pela construção de pontes, docas e sistemas hídricos. No entanto, sua contribuição vai além da técnica; Rebouças foi um intelectual crítico e abolicionista, viajando pelo mundo para adquirir experiências que moldaram sua visão de um Brasil sem distinções raciais. Recentemente, ele foi homenageado com sua inclusão no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, um reconhecimento tardio que visa corrigir a narrativa histórica em relação a figuras negras, indígenas e mulheres.
Historiadores celebram essa inclusão como um passo significativo na reavaliação da história brasileira, enfatizando a necessidade de resgatar e revisar a memória de Rebouças, que havia sido distorcida ao longo do tempo. A inclusão no Livro dos Heróis foi oficializada por meio da Lei nº 15.003, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e destaca a importância de reconhecer aqueles que dedicaram suas vidas ao país, desafiando a exclusão que predominava nas narrativas históricas.
Nascido na Bahia e formado em engenharia, Rebouças se destacou não apenas como engenheiro, mas também como ativista contra a escravidão, participando de várias organizações abolicionistas. Em suas propostas para o Brasil pós-abolição, enfatizou a necessidade de reformas sociais e econômicas para integrar os ex-escravizados à vida nacional. O legado de Rebouças é um apelo por um Brasil mais igualitário e moderno, refletindo suas preocupações com o futuro do país e a inclusão social.