O Partido dos Trabalhadores (PT) assinou um documento do Foro de São Paulo que reconhece a vitória do atual governo venezuelano nas eleições presidenciais de julho deste ano. O pleito, contestado por acusações de irregularidades, teve seu resultado oficial divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral do país, que declarou a reeleição do líder com 51% dos votos. No entanto, organizações como o Centro Carter, com base em documentos da oposição, afirmam que o candidato opositor teria vencido, mas as atas de apuração não foram divulgadas pelas autoridades.
O documento, resultado de uma reunião do Foro de São Paulo no México em setembro, critica governos de direita na América Latina e condena ações militares em conflitos internacionais, como os ataques no Oriente Médio. Além disso, defende a união de forças progressistas contra o que chama de avanço da extrema-direita e do imperialismo. Sobre o Brasil, o texto acusa setores opositores de dificultar as políticas do governo federal, destacando supostos avanços na redução da fome e na distribuição de renda.
Internamente, há divergências no PT sobre o apoio à declaração. Enquanto representantes do partido no Foro defendem a posição, outros membros, como o deputado Reginaldo Lopes, afirmam que a assinatura não reflete o pensamento da maioria da legenda e de seus simpatizantes. A secretária de relações internacionais do PCdoB, Ana Prestes, questionou a falta de clareza do governo brasileiro sobre o tema, alegando não haver provas concretas de fraude eleitoral na Venezuela.