Os territórios de comunidades afrodescendentes no Brasil e na Colômbia estão prestes a receber um programa bilateral voltado para a proteção fundiária, a conservação da biodiversidade e a implementação de sistemas agrícolas tradicionais. Esta iniciativa será apresentada em Cali, durante a COP-16, Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que ocorre de 21 de outubro a 1º de novembro. O foco principal do programa é o reconhecimento dos povos afrodescendentes na implementação das convenções sobre diversidade biológica.
Na última reunião do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), foi aprovada uma resolução que reforça o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento sustentável para comunidades quilombolas no continente. A COP da biodiversidade, um importante tratado da ONU estabelecido desde a ECO-92, busca atualizar as metas para conter a perda da biodiversidade, definindo 23 objetivos para 2023, com o intuito de promover uma recuperação ambiental que beneficie a população global.
Intitulado Quilombo das Américas, o programa dos governos do Brasil e da Colômbia visa também fortalecer a identidade e a memória dessas comunidades. Com o lançamento previsto para ocorrer em 21 de outubro, o evento contará com a presença de autoridades dos dois países, promovendo um espaço de articulação e cooperação que busca o reconhecimento dos direitos, a preservação cultural e a promoção da justiça social e racial para essas populações.