A produtividade do trabalho na indústria de transformação do Brasil apresentou uma leve queda de 0,3% no segundo trimestre de 2024 em comparação ao trimestre anterior, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse resultado ocorre após uma redução de 1,4% no primeiro trimestre, interrompendo uma tendência de crescimento que se mantinha desde o segundo trimestre de 2023. A produtividade é calculada como a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas, e no segundo trimestre houve um aumento de 0,9% na produção, acompanhado de um crescimento de 1,3% nas horas trabalhadas.
O cenário atual mostra um crescimento da demanda interna por bens manufaturados nos últimos três trimestres, indicando potencial para a continuidade do aumento na produção industrial. Além disso, a CNI observa que a contratação de novos trabalhadores deve contribuir para a melhoria da produtividade por trabalhador, que já apresentou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre, o melhor resultado desde 2022. Contudo, a indústria ainda enfrenta desafios, como a baixa demanda que impactou a produção em 2023, levando a um recuo de 1,7% nesse setor.
As medidas do governo federal, como linhas de financiamento e a Lei de Depreciação Acelerada, são consideradas cruciais para fomentar um ambiente favorável ao investimento e à modernização industrial. Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo do ano passado, a CNI acredita que a recuperação do investimento será fundamental para garantir uma trajetória de crescimento sustentável da produtividade. O panorama de investimento, marcado por altas taxas de juros e demanda retraída, é um dos principais obstáculos a serem superados para que a indústria consiga se reerguer nos próximos anos.