A produtividade do trabalho na indústria de transformação do Brasil apresentou uma queda de 0,3% no segundo trimestre de 2024, após uma redução de 1,4% no primeiro trimestre, conforme revelado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador, que mede a relação entre o volume de produção e o número de horas trabalhadas, observou um aumento de 0,9% na produção industrial, enquanto as horas trabalhadas cresceram 1,3%. Apesar da queda, a CNI considera esse recuo como um sinal de estabilidade, dada a manutenção do ritmo de crescimento na produção.
Ao considerar a produtividade com base no total de trabalhadores, o resultado foi mais positivo, com um aumento de 0,4% no segundo trimestre, o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2022. A CNI prevê que a produtividade continue a crescer nos próximos trimestres, impulsionada pelo término dos ciclos de treinamento dos novos contratados e por iniciativas do governo federal que visam melhorar as condições de investimento em modernização industrial, como novas linhas de financiamento e a regulamentação da depreciação acelerada.
Historicamente, de 2013 a 2023, a produtividade na indústria brasileira teve uma queda acumulada de 1,2%, influenciada por uma redução de 16,5% nas horas trabalhadas e uma queda ainda maior de 17,4% no volume produzido, especialmente nos últimos cinco anos. Durante a primeira metade da década, até 2018, a produtividade teve um crescimento de 7,1%, mas esse ganho foi comprometido por uma queda de 7,8% na segunda metade da década, impactada pela retração da demanda e pelos altos juros, que prejudicaram os investimentos no setor.